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Pesquisadores do BRAINN recebem financiamento da Chan Zuckerberg Initiative
Estudo obterá informações genéticas de células do cérebro infantil utilizando tecnologias inovadoras e fará parte do Pediatric Networks do consórcio Human Cell Atlas.
Artigo revela que população brasileira possui variações genéticas inéditas em bancos de dados globais
Estudo publicado este mês na NPJ Genomic Medicine e liderado por pesquisadores do CEPID BRAINN demonstra a importância da ampliação das informações sobre a população brasileira nos bancos genômicos internacionais.
Pesquisadores do BRAINN lideram estudo sobre efeitos neurológicos do novo coronavírus
Estudo acompanhará a saúde de pacientes de COVID-19 na Unicamp e analisará como a doença afeta, também, a saúde do cérebro e do sistema nervoso. Read more…
COVID-19: testes diagnósticos feitos na Unicamp contam com suporte do CEPID BRAINN
Pesquisadores associados ao CEPID doam tempo, experiência e equipamentos na luta contra o novo coronavírus. Read more…
COVID-19: CTI Renato Archer produz máscaras faciais em impressoras 3D para hospitais da região de Campinas
Confira entrevista com o diretor do CTI e pesquisador associado do CEPID BRAINN, dr. Jorge Vicente Lopes da Silva, sobre a produção de máscaras faciais para profissionais de saúde na luta contra o novo coronavírus.
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Físico do BRAINN analisa dados da Covid-19 e colabora na produção de EPIs
Matéria do website da Sociedade Brasileira de Física destaca os trabalhos de Rickson Mesquista, pesquisador do CEPID BRAINN, em iniciativas de combate ao novo coronavírus. Read more…
Unicamp reúne time de especialistas para elucidar dúvidas sobre a pandemia do coronavírus
Encontre aqui 27 perguntas e respostas sobre o coronavírus, com informações de especialistas da Unicamp. Read more…
Histórias de Sucesso do BRAINN – Software inovador permite diagnóstico mais preciso do cérebro humano
28 de Agosto de 2015 Por Redação WebContent
O médico recebe os resultados dos exames de ressonância magnética que havia pedido para um paciente de epilepsia. Ele abre o conjunto de dezenas de imagens em seu computador e olha uma por uma, tentando achar uma lesão ou alguma anormalidade. Em um dos cortes axiais, ele nota uma diferença sutil, quase imperceptível. Será que aquele pequeno ponto um pouco mais escuro é responsável pelas crises epilépticas? Impossível ter certeza. Fazer um diagnóstico como esse é tarefa difícil mesmo para médicos especializados. Um erro, além de não ajudar o paciente, pode submetê-lo a uma cirurgia extremamente invasiva, arriscada e desnecessária.
É com o intuito de ajudar profissionais de medicina e pacientes de doenças neurológicas que a pesquisadora da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) da Unicamp Wu ShinTing, integrante do BRAINN, cria programas de computador que permitem visualizações inovadoras de exames de ressonância magnética e PET (tomografia por emissão de pósitrons). Com a ferramenta computacional desenvolvida por ela e seu grupo, os médicos têm acesso a uma quantidade muito maior de informações para que possam tomar decisões mais precisas e embasadas.

A pesquisadora Wu ShinTing, no estande do BRAINN durante o congresso SBPC 2015: pesquisas de ponta e educação sobre o cérebro humano.
INTERAÇÃO PARA SUPERAR DESAFIOS
A parceria entre Ting e a área médica começou antes da criação do BRAINN. Cerca de dez anos atrás, Ting apresentou seus trabalhos ao pesquisador Fernando Cendes, hoje responsável pelo CEPID BRAINN. Cendes vislumbrou a possibilidade de visualizar imagens tridimensionais do cérebro de maneira diferente – em vez das tradicionais camadas retas, ele gostaria de investigá-las em camadas curvilíneas. Interessada no desafio, Ting começou os trabalhos para a implementação de um novo algoritmo.
Depois de muitas pesquisas, estudos e aprimoramentos, uma primeira versão da ferramenta computacional ficou pronta em 2010. O programa tinha a capacidade de organizar todos os dados e imagens provenientes de um exame de ressonância magnética e fornecer ao usuário diversas visualizações do cérebro, retas ou curvilíneas, tanto em 2D como em 3D.
“Percebemos que, dependendo do ângulo de visualização, certas estruturas ficavam mais evidentes”, diz Ting. “Então, para facilitar o diagnóstico médico, nosso aplicativo oferecia cortes multiplanares e curvilíneos. Apesar de já existirem outras ferramentas comerciais similares, a nossa forma de interação é diferente”.
“Nós apostamos na interatividade – o pesquisador pode mover a superfície de corte como quiser, tanto verticalmente e horizontalmente como diagonalmente, e observar as estruturas do cérebro do ângulo que considera o melhor a fim de certificar suas suspeitas”.

O programa de computador em ação, combinando imagens de ressonância magnética e PET-SCAN. Clique na imagem para assistir a um vídeo sobre seu funcionamento.
NO BRAINN, A INOVAÇÃO NUNCA TERMINA
Quatro anos depois, uma nova versão do programa, ainda mais inovadora, foi desenvolvida pelo grupo de Ting. Agora, a ferramenta inclui também a visualização de imagens de exames PET de forma alinhada aos exames de ressonância. Desse modo, o pesquisador pode mesclar as imagens anatômicas obtidas pela ressonância magnética com as imagens metabólicas obtidas pelo PET.

Análises cerebrais mais precisas aprimoram diagnóstico e têm potencial para aumentar a qualidade de vida de quem convive com doenças neurológicas.
“Além de integrar o PET com a ressonância magnética, nossa segunda versão oferece mais ângulos e maior área de visualização, propiciando uma análise comparativa entre os dois hemisférios cerebrais”, afirma Ting. “Nós também o tornamos disponível para usuários de Windows, Linux e Mac”.
O programa, até o momento, foi utilizado principalmente em pacientes de epilepsia. Entretanto, ele tem potencial para ajudar na detecção de tumores cerebrais e outras doenças neurológicas. Ting conta que o próximo passo é integrar novas modalidades de exames na ferramenta, para fornecer maiores quantidades de informação e tornar o diagnóstico médico o mais preciso possível.
“As demandas médicas por ferramentas computacionais que corroboram suas conjeturas constituem nosso problema de pesquisa. Sempre atentos às novas propostas de investigação das áreas suspeitas, gostaríamos de agregar exames como o SPECT (tomografia computadorizada por emissão de fóton único), DWI (ressonância magnética de difusão) e até mesmo EEG (eletroencefalograma)”, diz Ting. “Alguns desses projetos já foram iniciados e estão em andamento, mas ainda não temos uma previsão de quando uma nova versão do programa ficará pronta.”
Quem quiser saber mais sobre a história do projeto, e ver mais imagens e vídeos que mostram o funcionamento do software, pode acessar o seguinte site :
Projeto MTKHistórias de Sucesso do BRAINN – Sondas Neurais
15 de Julho de 2015 Por Redação WebContent
Sondas neurais são atualmente bastante utilizadas em pesquisas de neurociência e possuem diversas aplicações. Essas pequenas agulhas, quando inseridas no cérebro, permitem estimular regiões específicas ou registrar a atividade elétrica de neurônios. Entretanto, ainda não são produzidas no Brasil. Com isso em mente, um dos projetos do CEPID BRAINN busca desenvolver sondas neurais no país pela primeira vez.

Sonda neural produzida por pesquisadores do BRAINN, já integrada a chip que facilita o manuseio e permite aplicações científicas: alta tecnologia brasileira a serviço da Ciência.
“Em 2010, o pesquisador Hércules Neves me convidou para fazer parte da continuação de um projeto europeu do qual era coordenador, chamado Neuroprobes”, conta Roberto Panepucci, um dos pesquisadores do projeto de sondas neurais do BRAINN. “No ano seguinte conheci o BRAINN, e percebemos que desenvolver sondas neurais aqui seria um projeto bastante interessante”.
As atividades começaram em 2012 com dois projetos de mestrado, orientados por Panepucci. Os alunos André Malavazi e Jesus Arbey desenvolveram protótipos das sondas no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), que foram testados com resultados promissores.
SONDAS MADE IN BRAZIL

Microscopia eletrônica da ponta de inserção da sonda.
“Em um teste de registro de atividade elétrica na presença de pulsos de luz em animais vivos, nossas sondas se mostraram melhores do que as já comercializadas”, diz Panepucci. “O silício, usado nas sondas neurais encontradas no mercado, absorve a luz e gera uma interferência elétrica no sinal neural. As nossas sondas são feitas de polímeros e apresentaram um efeito muito reduzido, causado apenas pela interação com o metal”.
Além disso, sondas neurais produzidas dentro do país trariam vantagens também em termos econômicos e de facilidade de obtenção.
“Atualmente os pesquisadores que trabalham com sondas neurais precisam importá-las”, diz Roberto Covolan, um dos coordenadores do projeto. “Produzindo esses dispositivos no país, são evitadas burocracias relacionadas aos processos de importação. O custo das sondas também seria reduzido”.
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E PERSONALIZAÇÃO
Um dos desafios relacionados às sondas neurais está na transferência de dados. Como elas possuem muitos eletrodos, precisam ser conectadas a uma grande quantidade de fios. Isso poderia dificultar a realização de experimentos e limitar o tamanho mínimo das sondas. “Por esses motivos, estamos trabalhando agora na elaboração de sondas que possam transmitir a informação de modo wireless”, diz Covolan.
Entre os próximos passos do projeto também está a disponibilização das sondas neurais para diversos grupos de pesquisa que já demonstraram interesse no equipamento.
“Uma das principais vantagens de desenvolvermos as sondas aqui é a possibilidade de personalização”, diz Panepucci. “Criamos um software que permite desenhar facilmente as sondas e construir um protótipo a partir disso. Dessa maneira, a sonda é feita de acordo com a demanda do pesquisador”.
Um dos interessados nas sondas neurais é o pós-doutorando André Vieira, da FCM/Unicamp. Vieira trabalha com mecanismos moleculares da epilepsia, e parte de seu trabalho envolve a estimulação e registro da atividade cerebral de animais, principalmente na região do hipocampo.
O pesquisador já realizou testes de natureza mecânica com o equipamento e verificou, por exemplo, que para usá-las é necessário remover a dura-máter, a meninge mais externa que envolve o cérebro. Segundo ele, esse procedimento pode ser até mesmo vantajoso, pois a sonda ficaria mais bem fixada no cérebro e diminuiria as chances de lesão ao tecido. E as vantagens das sondas não param por aí.
“Com as sondas neurais também é possível registrar atividade em diversas regiões do hipocampo simultaneamente, o que não é possível com um eletrodo”, diz ele. “Além disso, podemos isolar a atividade de neurônios individuais”.
O próximo passo do projeto de Vieira é realizar testes de registro de atividade elétrica. Para isso ele usará uma sonda personalizada, que terá um comprimento maior para chegar ao hipocampo. “Pretendemos realizar esses testes nos próximos meses”, diz Vieira.