Academia Brasileira de Ciências lança documento sobre compartilhamento de dados científicos no Brasil


BRAINN - Documento ABC Abertura e Gestao de Dados
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Projeto contou com a colaboração da pesquisadora do CEPID BRAINN dra. Iscia Lopes Cendes. Acesse o documento aqui.

11 de setembro de 2020  | por Redação WebContent

Novas tecnologias têm o potencial de trazer inúmeros benefícios. Mas, também, cada uma delas é fonte de novos problemas. Os avanços nas tecnologias científicas e digitais das últimas décadas permitiu que um volume massivo de dados seja captado e distribuído, com relativa facilidade, entre grupos de pesquisa de todo o mundo. Mas a quantidade de informações é tão grande que novas diretrizes sobre como organizá-las e geri-las precisam ser criadas.

Atualmente, o compartilhamento de informações entre pesquisadores do mundo inteiro é algo bem visto e estimulado na comunidade internacional. É o que se chama de “ciência aberta”, fruto das inovações tecnológicas que a internet acelerou nos últimos anos. De um lado, compartilhar informações permite que grupos analisem dados sem precisar realizar novas coletas e tenham em mãos informações que, por conta própria, possivelmente não conseguiriam obter. Por outro, o compartilhamento dos dados, em si, não é algo trivial. Envolve desde questões práticas – como a organização da informação em bancos de dados padronizados – até legais, referentes à privacidade dos indivíduos envolvidos.

brainn iscia lopes cendes

A dra. Iscia Lopes Cendes, do CEPID BRAINN e uma das autoras do novo documento.

Nesse contexto, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) recentemente criou o Grupo de Estudos sobre Abertura e Gestão de Dados, com o objetivo de discutir e apresentar iniciativas que possam auxiliar o Brasil a vencer os desafios relacionados à produção, abertura e gestão de grandes volumes de dados no exercício dos diversos campos científicos no país.

O Grupo de Estudos – que conta com a participação da dra. Iscia Lopes Cendes, pesquisadora do CEPID BRAINN e membro titular da ABC – acaba de lançar a primeira versão de um documento sobre o compartilhamento de dados para pesquisa no Brasil, trazendo sugestões de como esse processo pode ser gerido pelos pesquisadores, legisladores, pelas instituições e agências de fomento no Brasil.

A seguir, encontre um link para acesso direto ao arquivo e, abaixo, o texto de divulgação da ABC sobre este lançamento.

Acesse o documento aqui

 

TÓPICOS DISCUTIDOS NO DOCUMENTO

  • CIÊNCIA ABERTA, DADOS ABERTOS: VISÃO GERAL
  • AVALIAÇÃO DAS TENDÊNCIAS INTERNACIONAIS SOBRE A ABERTURA E A GESTÃO DE DADOS, INCLUINDO OS MODELOS ADOTADOS PELAS INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E AGÊNCIAS DE FOMENTO
  • REPOSITÓRIOS DE DADOS TEMÁTICOS ABERTOS
  • A PANDEMIA DE COVID-19 E O MOVIMENTO MUNDIAL PELO COMPARTILHAMENTO DE DADOS ABERTOS
  • POTENCIAIS APLICAÇÕES DE DADOS ABERTOS EM ALGUMAS OUTRAS ÁREAS CIENTÍFICAS
  • IMPACTOS SOCIAIS E APLICAÇÕES DE DADOS ABERTOS PARA EDUCAÇÃO E CAPACITAÇÃO (CAPACITY BUILDING), COMO RESPOSTA AOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA ONU
  • IMPACTO DA UTILIZAÇÃO MASSIVA DE DADOS NA FORMA DE PRODUZIR CONHECIMENTOS E NOS MÉTODOS DE DIFERENTES CAMPOS CIENTÍFICOS
  • CONSIDERAÇÕES SOBRE OS BENEFÍCIOS E POSSÍVEIS RISCOS ADVINDOS DA ABERTURA DE DADOS E DA IMPLANTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE GESTÃO DE DADOS, INCLUINDO QUESTÕES LEGAIS E ÉTICAS RELATIVAS À SEGURANÇA E À PRIVACIDADE DOS DADOS PESSOAIS
  • DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE ABERTURA E GESTÃO DE DADOS NO BRASIL ATÉ O PRESENTE MOMENTO
  • SUGESTÕES PARA A IMPLANTAÇÃO DE UM MODELO DE ABERTURA DE DADOS E POLÍTICAS DE GESTÃO DE DADOS PARA O BRASIL

 

 

Texto: Ascom ABC

Em abril de 2018, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) sediou o workshop Gerenciamento de Dados Científicos na América Latina e Caribe (veja a playlist do evento), uma parceria entre a ABC, o Museu do Amanhã e o World Data System do Conselho Internacional de Ciência (ISC-WDS, na sigla em inglês).

Os Acadêmicos presentes foram unânimes em reconhecer a necessidade de que os temas do workshop e outros relacionados deveriam ser aprofundados no âmbito da Academia e no contexto do país.

Nesta perspectiva, foi criado pela Diretoria da ABC um Grupo de Estudos com o objetivo de discutir e apresentar iniciativas que possam auxiliar o Brasil a vencer os desafios existentes relacionados à produção, abertura e gestão de grandes volumes de dados no exercício dos diversos campos científicos no país.

Os integrantes do Grupo foram os membros titulares da ABC Alberto Henrique Frade Laender (UFMG), Claudia Maria Bauzer Medeiros (Unicamp), Iscia Lopes-Cendes (Unicamp), Mauricio Lima Barreto (Fiocruz), Marie-Anne Van Sluys (USP) e o membro afiliado da ABC 2018-2022 Ulisses Barres de Almeida (CBPF).

Em meados de 2019, o Grupo começou a trabalhar neste primeiro texto.

Cada seção apresenta considerações sobre um tópico específico levantado pelos membros, que poderá ser expandido em atividades futuras. O objetivo do documento, além de introduzir estes temas, é alimentar o debate e subsidiar posicionamentos da ABC.

Dentre as conclusões do documento, foi destacado que a revolução imposta pelas tecnologias de informação e comunicação vem promovendo mudanças profundas e rápidas na dinâmica e no processo científico, renovando antigos e criando novos desafios, alguns dos quais cobrarão respostas imediatas. O papel e o impacto que a ciência terá na sociedade de amanhã dependerá das decisões tomadas no presente quanto à gestão e ao armazenamento das informações coletadas.Neste sentido, a ciência pode dar uma contribuição cultural relevante à sociedade da era digital, por meio de sua própria orientação positiva, servindo de modelo cultural a outros setores.

 


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