Trabalhos do BRAINN premiados no XXIX Congresso Brasileiro de Neurologia


CEPID BRAINN - trabalhos premiados no XXIX Congresso Brasileiro de Neurologia
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Efeitos neurológicos de longa duração da COVID-19 foram destaque no evento. Veja detalhes dos estudos.

13 de janeiro de 2022  | por Redação WebContent

A análise científica de dados sobre a COVID-19 foi um dos destaque do XXIX Congresso Brasileiro de Neurologia, que ocorreu de forma virtual em setembro de 2021. Os trabalhos “Persistent neurological symptoms after mild infection with COVID-19: analysis of 6989 individuals” e “Fatigue, somnolence and depression persist after six months in recovered individual after the acute COVID-19“, que contaram com a participação de membros do CEPID BRAINN, ganharam o prêmio de “Melhor Trabalho Científico” na modalidade “Oral” do evento.

Ambos os trabalhos analisaram sintomas neurológicos persistentes da COVID-19 – um dos temas mais relevantes e preocupantes vinculados à pandemia. Relatos médicos no mundo inteiro mostram que diversos sintomas extremamente impactantes no dia a dia, como sonolência, perda de memória, dores de cabeça e cansaço físico e mental podem se manter durante meses após a infecção inicial pelo novo coronavírus.

 

Detalhes e resultados dos estudos

Participaram do estudo “Persistent neurological symptoms (…)” os pesquisadores Alex de Castro Carvalho, Ítalo Karmann Aventurato, Lucas Scardua Silva, Rafael Batista João, Beatriz Amorim, Mateus Henrique Nogueira, Mariana Rabelo de Brito, Marina Koutsodontis Machado Alvim, Fernando Cendes e Clarissa Lin Yasuda.

Neste trabalho, foram coletados dados de quase 7.000 pessoas com diagnóstico confirmado de COVID-19, avaliando-se quais sintomas persistiam ao longo do tempo. O estudo mostrou que apenas 15% dos pacientes reportaram cura total da doença. Apesar de sintomas como febre, dificuldades de respiração e diarreia estarem basicamente restritos à fase aguda, outros sintomas persistiram ao longo dos meses em um número considerável de pacientes, como perda de olfato e de paladar e dores de cabeça. Sonolência e fadiga foram frequentemente reportadas algumas semanas após após a infecção inicial pelo coronavírus, e se mantiveram presentes em boa parte do grupo mesmo 10 meses após a fase aguda da doença.

Assinam como autores do trabalho “Fatigue, somnolence and depression (…)” os pesquisadores Rafael Batista João, Lucas Scárdua Silva, Alex de Castro Carvalho, ítalo Karmann Aventurato, Beatriz Amorim da Costa, Mariana Rabelo Brito, Mateus Henrique Nogueira, Marina Koutsodontis Machado Alvim, Fernando Cendes e Clarissa Lin Yasuda.

Este estudo buscou avaliar os sintomas neuropsiquiátricos de longa duração em pacientes recuperados da COVID-19 de acordo com a severidade da doença (isto é, levando-se em consideração se o paciente tratou a COVID em casa, se precisou ir ao hospital ou se ficou na UTI). O cruzamento dos dados mostrou que sintomas relacionados à ansiedade foram mais severos em pessoas que ficaram em UTIs quando comparados com quem recebeu tratamento em casa. O mesmo ocorreu com a severidade de sintomas de fadiga física. Sintomas de fadiga mental, depressão e sonolência foram estatisticamente similares entre os grupos.

“Identificamos sintomas persistentes de fadiga, sonolência diurna, ansiedade e depressão em um grande grupo de indivíduos recuperados (da COVID), após seis meses da infecção aguda. Foi surpreendente notar que os pacientes com infecção leve apresentaram intensidade equivalente de sintomas de fadiga mental, sonolência e depressão quando comparados aos que necessitaram de internação (em UTIs). Estudos de neuroimagem com grupos maiores são necessários para esclarecer esses achados”, escreveram os pesquisadores.

Saiba mais! Ações do CEPID BRAINN contra a COVID-19

 


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