(TV) Efeitos da COVID-19 no cérebro: pesquisa é destaque no Jornal Nacional


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Maior estudo brasileiro sobre efeitos neurológicos da COVID-19 ganha destaque no horário nobre da TV. Confira entrevista com a pesquisadora do BRAINN, dra. Clarissa Yasuda.

15 de março de 2022  | Redação WebContent

A COVID-19 causou – e ainda causa – danos à saúde em pessoas de todo o mundo. Alguns desses danos permanecem no corpo durante meses após a infecção, mesmo nos casos em que a doença, quando foi diagnosticada, não apresentou sintomas graves. As sequelas neurológicas são exemplo.

Assista à matéria da EPTV Assista à matéria do Jornal Nacional

 

Para compreender o mecanismo de infecção da COVID no cérebro, o Laboratório de Neuroproteômica da Unicamp, em parceria com a USP de Ribeirão Preto, coordenou o maior estudo já feito no Brasil sobre o tema, reunindo mais de 80 pesquisadores de diversas áreas. A pesquisa ganhou destaque em reportagem da EPTV, reexibida durante o Jornal Nacional. Uma das frentes de trabalho, realizada no HC da Unicamp, analisou ressonâncias magnéticas de pacientes que tiveram sintomas leves da doença e apresentaram queixas de problemas neurológicos. O resultado foi a descoberta de uma atrofia na região frontal do cérebro, responsável pelo raciocínio e pela atenção.

“A gente não esperava ver atrofia em um grupo de pacientes que não foi internado. Para nós foi uma surpresa”, afirmou a dra. Clarissa Yasuda, pesquisadora do CEPID BRAINN.

 

“Predominam as queixas de fadiga, sonolência, dor de cabeça, sintomas de ansiedade e depressão, disfunção cognitiva – há pessoas que se queixam de problemas de memória, outras de problemas de atenção, algumas têm dificuldade de flexibilidade mental (diminuição da velocidade do processamento cerebral), dificuldade de linguagem, de encontrar as palavras”, completou a pesquisadora.

 

COVID IMPACTA CÉLULAS DE SUPORTE AOS NEURÔNIOS

Além das descobertas acima, estudos com material biológico de pacientes que morreram com COVID permitiram aos pesquisadores identificar correlação entre a infecção pelo novo coronavírus e os astrócitos, que são células de ‘suporte’ dos neurônios.

“Quando os astrócitos infectados [pelo novo coronavírus] são postos em contato com neurônios não infectados, esses neurônios morrem mais, 60% mais até do que quando os próprios neurônios são infectados. Isso quer dizer que, de alguma forma, a infecção dos astrócitos pelo novo coronavírus produz um ambiente tóxico para os neurônios, que pode levar a sua morte”, conta na reportagem o pesquisador Daniel Martins de Souza, coordenador do Laboratório de Neuroproteômica da Unicamp.

O estudo já teve seus resultados submetidos a uma grande publicação científica internacional. A partir destas observações, espera-se compreender melhor os mecanismos pelos quais o vírus da COVID-19 ataca as células do corpo, em especial no sistema nervoso, a fim de que novos e mais eficientes tratamentos possam ser criados.

Saiba mais sobre a pesquisa e os dados obtidos clicando nos botões acima e assistindo aos vídeos!

 


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