Iscia Lopes-Cendes, do CEPID BRAINN, é uma das pesquisadoras que assinam carta aberta da organização, publicada no periódico Human Genomics.
Em carta aberta publicada no periódico Human Genomics, o grupo HUGO (Human Genome Organization) alerta sobre o potencial impacto global dos cortes em investimentos em pesquisas nos Estados Unidos. De acordo com o texto, o país, líder em pesquisas biomédicas há 80 anos, corre o risco de perder capacidade técnica e científica, além de reduzir avanços globais em:
- diagnóstico precoce e tratamentos de precisão contra o câncer;
- identificação de agentes infecciosos;
- estudos genéticos e genômicos relacionados a doenças raras (que afetam 1 a cada 10 pessoas no mundo), assim como seus tratamentos.
A carta destaca que cortes em investimentos científicos também não fazem sentido em termos econômicos. Em 2019, os US$3.3 bilhões investidos em pesquisas genéticas e genômicas resultaram em um retorno de US$265 bilhões na economia norte-americana, sendo US$5.2 bilhões apenas em impostos federais.
“O financiamento para pesquisa (…) beneficia todos os estados dos EUA, bem como os esforços científicos internacionais. A pesquisa biomédica não conhece fronteiras nacionais ou convicções políticas. A livre troca de conhecimento científico é uma marca registrada da pesquisa biomédica e um princípio fundamental da HUGO e do projeto genoma humano”, escrevem os pesquisadores.
“Este é um momento crucial para que os formuladores de políticas reconheçam a importância vital do investimento contínuo em ciência, garantindo que essas descobertas inovadoras beneficiem pessoas em todo o mundo. O investimento sustentado é crucial para garantir que os benefícios genômicos cheguem a todos”, divulgou o grupo por meio de suas redes sociais.
O Human Genome Organization foi fundado em 1988 com o objetivo de garantir que os benefícios oriundos do projeto de sequenciamento do genoma humano pudessem ser revertidos para toda a sociedade. A pesquisadora Iscia Lopes-Cendes, do CEPID BRAINN, faz parte do Conselho Executivo do HUGO e assina a carta junto a colegas.
Leia a carta aberta