Dia Mundial do Parkinson: o que é, quais são os sintomas, tratamentos e sua relação com a COVID-19


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11 de abril é o Dia Internacional de Conscientização sobre a Doença de Parkinson. Acompanhe com o CEPID BRAINN detalhes sobre ela, sobre os tratamentos e como a atual pandemia afeta as pessoas que convivem com o Parkinson.

11 de abril de 2020  | por Dra. Rachel Paes Guimarães

O dia 11 de abril foi estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson. Nesta data, realizam-se atividades pelo mundo inteiro, com o objetivo de informar e conscientizar a população sobre a doença. O CEPID BRAINN também faz parte destas atividades!

A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, e acomete cerca de 17 em cada cem mil indivíduos. Estudos estimam que aproximadamente 600 mil pessoas tenham DP no Brasil, e que este número deve dobrar nos próximos anos, principalmente devido a um aumento na expectativa de vida.

Os principais sintomas da doença de Parkinson são:

  • rigidez,
  • tremor de repouso,
  • lentidão dos movimentos,
  • postura em flexão de tronco, pescoço e membros,
  • freezing e instabilidade postural

Sintomas não-motores, como alteração de olfato, constipação intestinal, disfunção erétil e urinária, alterações cognitivas, dor, perda de peso, distúrbios do sono e os distúrbios do humor, como a depressão e ansiedade, também são muito frequentes.

Atualmente, o diagnóstico da DP se dá quando aparecem os primeiros sintomas motores. Estes, usualmente, têm início na sexta década de vida. Apesar de sua incidência, ainda não se sabe ao certo qual a etiologia do Parkinson, mas sabe-se que está relacionada com degeneração dos neurônios dopaminérgicos, além de comprometer também outros sistemas como o serotoninérgico, adrenérgico e áreas cerebrais colinérgicas.

 

TRATAMENTOS PARA A DOENÇA DE PARKINSON

O tratamento médico atual para a doença de Parkinson é apenas parcialmente eficaz no controle da progressão de deficiências, limitações e restrições enfrentadas pelos pacientes. Até mesmo pacientes que tenham um adequado acompanhamento médico e usem medicamento em doses ideais enfrentam problemas crescentes e variados na funcionalidade diária, o que torna a reabilitação um aspecto fundamental nestes casos. Alguns estudos vêm demonstrando que a prática de atividade física pode interagir diretamente com o processo neurodegenerativo, provavelmente mediada por fatores neurotróficos cerebrais e neuroplasticidade.

CEPID BRAINN - Doenca de Parkinson e Exercicios Fisicos

De acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), funcionalidade é um termo abrangente para funções do corpo, estruturas do corpo, atividades e participação. Incapacidade é um termo abrangente para deficiências, limitações de atividade e restrições de participação. Atividade é definida como execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo.

A fisioterapia procura trabalhar a funcionalidade e a incapacidade, maximizando a qualidade do movimento e a forma física geral, além de minimizar complicações secundárias, apoiando a autoridade e aperfeiçoando a segurança dos pacientes. Exercícios regulares e específicos para DP trazem benefícios principalmente na independência e qualidade de vida dos pacientes, além de ter efeito tanto nos sintomas motores quanto nos não motores.

 

PARKINSON E A COVID-19: HÁ RELAÇÃO?

Por se tratar de uma doença crônica, degenerativa e que acomete (geralmente) pacientes acima dos 60 anos, muitas dúvidas têm surgido sobre haver uma relação entre a doença de Parkinson e a COVID-19.

A Sociedade Internacional dos Distúrbios do Movimento (MDS) afirma que “Embora neste momento a relação entre COVID-19 e doença de Parkinson ou outros distúrbios do movimento permaneça desconhecida, as apresentações clínicas dessa infecção viral nos alertam sobre uma ameaça potencialmente aumentada para um grande número de nossos pacientes. Além disso, nosso entendimento do COVID-19 ainda está se desenvolvendo e os dados futuros podem revelar mais insights sobre os riscos desse surto para a nossa comunidade de pacientes.

Entretanto, algumas recomendações são importantes. Além do isolamento social e de medidas de higiene, sugere-se que os pacientes mantenham uma rotina de atividade física, mesmo que reduzida. A OMS recomenda a indivíduos portadores de doenças crônicas que aprendam exercícios físicos simples (veja algumas dicas abaixo) para fazer em casa todos os dias durante o isolamento e a quarentena, para não reduzir a mobilidade, e que mantenham rotinas e tarefas regulares sempre que possível.

Em geral, recomenda-se que os pacientes com distúrbios do movimento sigam estritamente as recomendações para evitar exposições ao vírus.

Veja aqui algumas dicas de exercícios simples, que podem ser feitos em casa e foram pensados especificamente para quem convive com a doença de Parkinson:

Ver dicas de exercícios!

 

Dra. Rachel Paes Guimarães

Fisioterapeuta, pós-doutoranda
Laboratório de Neuroimagem – CEPID BRAINN


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