Cérebro, consciência e inovação: UNICAMP recebe o pesquisador Philip Low


philip low ibrain
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Respeitado pesquisador e empreendedor, Low discutiu avanços científicos, doenças neurológicas e consciência humana e animal.

A captura de sinais cerebrais é uma excelente maneira de adquirir conhecimentos sobre a natureza humana, descobrir tratamentos para doenças e ajudar quem sofre com restrições de movimento a ter uma vida mais plena – faltava apenas dominar a técnica. Para isto, foi necessária uma mãozinha da tecnologia e de um jeito novo de entender como nosso cérebro funciona.

A UNICAMP recebeu nesta quinta-feira (23/07) a visita de Philip Low, cientista e empreendedor que vem revolucionando a maneira como as pessoas entendem mente e cérebro. Após um doutorado feito na Universidade de Chicago e no Instituto Salk de Estudos Biológicos, Philip é atualmente pesquisador afiliado do MIT e fundador, presidente e CEO da NeuroVigil, empresa que desenvolve modelos práticos e portáteis de eletroencefalografia. Ademais, Low ajudou a desenvolver algoritmos inovadores que abriram novas portas para cientistas compreenderem o funcionamento do cérebro humano e de outros animais.

Durante a palestra, parte do projeto Escolas de Inverno do IFGW, Philip explicou sua metodologia para captura de sinais cerebrais – baseada nos aparelhos iBrain, desenvolvidos pela NeuroVigil – e como o algoritmo desenvolvido por sua equipe – chamado SPEARS – permite insights reveladores sobre a consciência humana.

Além disso, dedicou boa parte da palestra discutindo como uma melhor compreensão dos sinais cerebrais pode levar a tratamentos para diversas doenças neurológicas, que afetam, hoje, mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo.

“Os custos para tratá-las são enormes, a produtividade da economia é afetada e – mais importante de tudo – a qualidade de vida dos pacientes é comprometida”, disse Philip. “Some-se a isto o fato de que, para boa parte destas doenças, como a depressão e o Alzheimer, os métodos diagnósticos ainda não são confiáveis, e temos um quadro desolador”.

stephen hawking usando iBrain

Stephen Hawking utiliza o iBrain: pesquisas para facilitar comunicação e movimentos usando sinais cerebrais,

Com o iBrain e o SPEARS em ação, defende o pesquisador, é possível identificar padrões cerebrais até então desconhecidos, os quais poderão ser utilizados no diagnóstico, na prevenção e no tratamento de doenças.

Philip está desenvolvendo interfaces digitais que utilizam dados do iBrain para facilitar a comunicação e locomoção de pessoas com dificuldades de movimento. Um dos ilustres parceiros nesta empreitada é o cientista inglês Stephen Hawking.

Philip também é famoso por defender os direitos dos animais. Segundo o pesquisador, suas pesquisas fizeram-no perceber que o conceito de “consciência de si próprio” precisava ser modificado, retirando a visão antropocêntrica até então dominante e abrangendo demais formas de vida. Criou a “Declaração de Cambridge”, documento assinado por importantes pesquisadores do mundo inteiro e que defende que não só o ser humano é capaz de consciência. O assunto é tema de palestra proferida nesta sexta-feira, também na UNICAMP.

Philip se apresentou no evento TED em 2009 e explicou como funcionam suas pesquisas com eletroencefalogramas e padrões de sono.

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