“AVC sem mistério”: entenda a cronologia dos sintomas e saiba identificar os tipos de AVC


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Terceiro episódio da série ‘AVC Sem Mistério’ aborda diferentes tipos de acidente vascular cerebral, como o embólico, o isquêmico e o hemorrágico.

29 de Novembro de 2016

A médica neurologista Elizabeth Quagliato, colunista do Programa Oxigênio, uma produção do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor/Unicamp) e da RTV Unicamp, dá continuidade às explicações sobre os sintomas e o quadro clínico de um Acidente Vascular Cerebral. Quagliato é formada pela Unicamp, com residência e doutorado pela mesma instituição. Foi professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM/Unicamp) entre os anos de 1980 e 2013.

 

 

A coluna “AVC sem mistérios” é uma série de quatro episódios que ajudam a desvendar os fatores de risco, tratamentos e discutir sobre Acidente Vascular Cerebral, doença que está entre as principais causas de morte no Brasil. Prevenção é tudo. Ouça/leia a coluna!

 

TRANSCRIÇÃO DO ÁUDIO

Texto: Elizabeth Quagliato
Produção: Programa Oxigênio/Erik Nardini Medina*

 

O AVC Isquêmico, aquele em que realmente vai se instalar um quadro neurológico, tem dois tipos de cronologia: pode se instalar rapidamente, o que acontece geralmente com os Acidentes Vasculares com origem embólica, isto é, a formação de um coágulo no coração, e esse coágulo sobe para um ramo de uma artéria cerebral, obstrui essa artéria e causa um quadro súbito. Esse é o chamado Acidente Vascular Cerebral Embólico e se instala de uma maneira brusca. Esse déficit neurológico, seja ele visual, motor, sensitivo, desequilíbrio, linguagem ou fala, se instala em no máximo uma hora.

 

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Déficit visual? Fique atento: sintomas de AVC Embólico se propagam em até uma hora (Erik Nardini)

 

Existe um outro tipo de Acidente Vascular Cerebral que tem uma instalação um pouco mais lenta, que pode chegar até 24 horas. É o Acidente Vascular Cerebral que ocorre por uma Trombose gradual.

Vai havendo, por um depósito de substâncias gordurosas na parede do vaso, um fechamento gradual e todo o cérebro irrigado por esse vaso vai sofrendo uma isquemia. Então a instalação desse déficit se dá gradualmente dentro de horas.

É nesse Acidente Vascular Cerebral chamado de Isquêmico ou Trombótico que nós podemos agir de uma maneira a frear a evolução, a bloquear essa instalação do quadro e restaurar a circulação arterial.

 

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Existem outros tipos de Acidente Vascular Cerebral que são os Acidentes Hemorrágicos em que ocorre a ruptura de uma pequena artéria, ocasionando o chamado microaneurisma dentro do cérebro. Esse é um quadro muito grave e que muitas vezes leva ao óbito.

A pessoa tem uma dor de cabeça, em seguida vem a fraqueza de um lado do corpo e, muitas vezes dentro de algumas horas, a vítima pode inclusive perder a consciência. Existe uma outra possibilidade de hemorragia cerebral também dar alterações neurológicas que é a ruptura de um aneurisma grande, um aneurisma que se situa geralmente na divisão dos vasos grandes do cérebro.

A ruptura de um aneurisma é seguida imediatamente por uma grande dor de cabeça e muito frequentemente por perda de consciência. A fraqueza, o déficit neurológico nesses casos, aparece geralmente depois de 24 horas, ao contrário do AVC hemorrágico em que há primeiro o déficit neurológico e depois a perda de consciência.

Fique atento e compartilhe!

 

* Jornalista formado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), aluno da especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor/Unicamp). É bolsista MídiaCiência/FAPESP.


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