Jornal do SBT (vídeo): Pacientes da COVID-19 podem apresentar sequelas a longo prazo, aponta estudo


CEPID BRAINN - Clarissa Yasuda no Jornal do SBT - Sequelas COVID-19
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Segundo os pesquisadores da Unicamp, 70% dos pacientes monitorados afirmam sentir sintomas da doença, meses após estarem curados.

29 de julho de 2020  | por Redação Jornal SBT

Pesquisadores da Unicamp, a Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo, identificaram que pessoas infectadas pelo novo coronavírus podem apresentar sequelas a longo prazo.

Cerca de 500 pessoas, que já se curaram da Covid-19, se ofereceram para participar do estudo. Os cientistas vão acompanhar os pacientes por três anos para monitorar por quanto tempo os sintomas da doença podem persistir. Ao longo da pesquisa, os voluntários farão ressonância magnética do cérebro e também testes neurológicos e cognitivos.

A neurologista e professora da Unicamp, Clarissa Lin Yasuda, fala sobre os primeiros resultados do levantamento.

“As principais queixas são cefaleia e fadiga. Mesmo depois de livre do vírus, já faz dois, três meses, e as pessoas continuam não se sentindo bem”, revela a pesquisadora.

O representante comercial Eduardo Pansonato faz parte desse grupo de pessoas que sentem as sequelas da Covid-19 e conta que não consegue segurar o filho Matias, de 8 meses, por muito tempo. “Eu seguro no colo, e aí sinto falta de ar, cansaço, e já coloco ele no chão para engatinhar ou na cadeira. Eu trabalho na área de vendas e, muitas vezes, estou conversando com cliente, tenho que dar pausa, ou sentar para dar uma relaxada, para continuar conversando”.

Segundo o levantamento, 90% das pessoas que se inscreveram para participar do estudo tiveram sintomas leves durante a doença, indicando que, mesmo em quadros mais brandos, a Covid-19 pode deixar sequelas. Do total de voluntários, 70% disseram que ainda não se sentem bem.

Apesar dos estudos ainda estarem em fase inicial, os cientistas alertam que, com base nos sintomas já observadas nos pacientes, as sequelas devem gerar não apenas pequenas mudanças no cotidiano dos infectados, mas também podem trazer consequências para a vida profissional, exigindo um esforço da sociedade para reabilitar essas pessoas para o trabalho.

“A gente já viu relatos pessoais, das próprias enfermeiras, médicos; eles dizendo: `Eu não consigo voltar com a mesma eficiência de antes da infecção, eu estou mais devagar, eu atendo devagar, eu tenho que parar, descansar, eu fadigo durante o dia`. Eu acho que o país vai ter que se preparar para reabilitar as pessoas que foram infectadas. O mercado de trabalho, os patrões, os empregadores. Uma reabilitação motora, pulmonar e neurológica, e psiquiátrica”, conclui a neurologista.

 

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