Oportunidades de pós-doutorado em Biologia Computacional e Bioestatística


Texto originalmente publicado no site da Unicamp

 

O Instituto Brasileiro de Neurociência e Neurotecnologia, sediado na Unicamp, busca candidatos altamente motivados e analiticamente capazes para oportunidade de pós-doutorado vinculada ao projeto Cepid financiado pela Fapesp. As bolsas têm duração inicial de dois anos. Os candidatos devem ter título de doutor a menos de quatro anos em uma das seguintes áreas: Estatística, Bioestatística, Matemática, Biologia Computacional, Bioinformática ou áreas afins; e possuir interesse pelo trabalho na área de neurociências e análise integrativa de dados –ômicos. São exigências proficiência em programação (R, Python, Perl, C, C++ ou Java) e pelo menos três artigos em periódicos científicos com revisão por pares nos últimos três anos. Os interessados também devem ter excelente comunicação oral e escrita (inglês, português ou espanhol). As inscrições poderão ser feitas no período de 22 de agosto a 5 de setembro deste ano através do e-mail [email protected]. É preciso encaminhar curriculum vitae, histórico escolar da pós-graduação e duas cartas de recomendação.

Primeiro banco público de dados genômico do Brasil será lançado na FAPESP


 

Samuel Antenor | Agência FAPESP – Com o objetivo de permitir a implantação no Brasil da chamada medicina de precisão, será lançado em 13 de novembro, na sede da FAPESP, em São Paulo, o Brazilian Initiative on Precision Medicine (BIPMed), banco público de dados genômico inédito no país, com informações reunidas ao longo de vários anos de estudos realizados em diferentes instituições e grupos de pesquisa.

Primeiro banco on-line a agrupar grande quantidade de informações genômicas na América Latina, o BIPMed é resultado do trabalho de pesquisa envolvendo cinco Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP: o Centro de Pesquisa em Engenharia e Ciências Computacionais (CCES, na sigla em inglês), o Centro de Pesquisa em Terapia Celular (CTC), o Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC, na sigla em inglês) e o Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID, na sigla em inglês), liderados pelo Instituto de Pesquisa sobre Neurociências e Neurotecnologia (BRAINN, na sigla em inglês).

Inicialmente, o BIPMed estará baseado em uma plataforma eletrônica, construída segundo diretrizes e princípios da Aliança Global para Genômica e Saúde (GA4GH, na sigla em inglês), iniciativa internacional que reúne mais de 300 instituições de pesquisa da área da saúde, formada para acelerar o potencial da medicina genômica por meio da troca de informações entre pesquisadores, em benefício da saúde humana.

Seu objetivo principal é a criação de um quadro comum de abordagens que permita o compartilhamento responsável, voluntário e seguro de dados genômicos e clínicos.

“A pesquisa na área de genômica humana tem sido feita há vários anos no Brasil e por vários grupos, mas esses dados nunca foram tornados públicos em um banco organizado, como tem sido feito por décadas nos Estados Unidos e na Europa”, afirma Iscia Lopes-Cendes, pesquisadora do BRAINN responsável pela formatação dos dados.

PERFIL GENÉTICO ACESSÍVEL

De acordo com a pesquisadora, a acessibilidade a esse tipo de informação deverá ajudar no avanço da pesquisa nessa área no Brasil, pois muitos pesquisadores passarão a usar dados que reflitam a diversidade genética da população brasileira, em vez de dados de referência de outros grupos populacionais, de distintas regiões do mundo, atualmente disponíveis. No futuro, espera-se que o banco ofereça também dados fenotípicos da população brasileira.

O BIPMed será a primeira plataforma desse tipo na América Latina, mas poderá ser usado on-line por médicos e cientistas de todo o mundo, para compartilhar e obter informações sobre vários aspectos da medicina genômica e da saúde humana, bem como para apoiar a divulgação e a formação.

“A ideia é que o BIPMed possa servir a qualquer pesquisador na América Latina para depositar dados genômicos, sejam de referência (indivíduos normais, representativos da população) ou de grupos de pacientes, para que o banco aumente progressivamente a quantidade dos dados oferecidos”, explica Lopes-Cendes.

Conceitualmente, a medicina de precisão considera o conhecimento científico-tecnológico como base para a medicina do século 21, a partir da investigação translacional, da medicina genômica e da medicina personalizada. Desse modo, a medicina de precisão propõe um novo nível de integração de dados para a melhoria dos cuidados com a saúde humana.

Participarão do lançamento do banco genômico diversos membros do BIPMed, como Iscia Lopes-Cendes, da Faculdade de Ciências Médicas da  Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Claudia Bauzer Medeiros e Guilherme Telles, ambos do Instituto de Computação da Unicamp, Wilson Araújo da Silva Jr, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), e Benilton de Sá Carvalho, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação da Unicamp.

Sobre a importância do banco de dados genômico no contexto dos CEPIDs, falarão Fernando Cendes, do BRAINN, e Marco Antonio Zago, coordenador do CTC e reitor da USP, que falará também sobre a importância do BIPMed para o avanço das pesquisas, ao lado de Glaucia Maria Pastore, pró-reitora de pesquisa da Unicamp, Carlos Gilberto Carlotti Jr, diretor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, e Ivan Felizardo Contrera Toro, diretor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

A importância do banco de dados no contexto internacional será abordada por Peter Goodhand e Thomas Hudson, respectivamente CEO e diretor da GA4GH, em palestra gravada especialmente para o lançamento do BIPMed.

A programação de lançamento do BIPMed pode ser acessada em www.fapesp.br/9800.

Para participar, é necessário inscrever-se no endereço www.fapesp.br/eventos/bipmed/interest.

Fonte: Agência FAPESP